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RS: Mortos foram amarrados a postes para correnteza não levar

Relato é de voluntário que atua no resgate do povo gaúcho

A tragédia climática que atinge o Rio Grande do Sul segue rendendo muitos relatos perturbadores e impactantes. Um voluntário identificado como Isaías, que ajudou a salvar cerca de 500 vítimas das enchentes e 200 cães, contou ter visto corpos de pessoas mortas amarrados a postes para que não fossem levados pela correnteza.

– Eu vi cenas que [se] eu falar, palavras, não vou conseguir falar. É muito triste, tipo, eles [moradores] amarravam os corpos para depois buscar, porque a correnteza poderia levar pessoas que já estavam mortas. Amarravam em postes para depois buscar, porque eram muitas pessoas mortas – contou em entrevista ao Encontro, com Patrícia Poeta.

Morador de Esteio, em Porto Alegre, Isaías perdeu sua casa em meio às enchentes e, atualmente, se encontra em abrigos, com sua família. Ele começou a ajudar no resgate de outras pessoas na madrugada da última quinta-feira (2).

– Perdi toda a casa até o telhado. Estava em Esteio, onde eu moro, lá foi alagado desde quinta. A partir das 2h30, comecei a socorrer [as pessoas] – acrescentou.

Durante sua atuação como voluntário, ele narra ter visto cenas que nunca esquecerá.

– Salvei mais de 500 pessoas, 200 cachorros, que é o que eu contei. Eu pisava em cima dos cachorros mortos que, infelizmente, não conseguiram se salvar. Tinha uma vizinha minha que tinha uma ONG, [no bairro] Novo Esteio, que ela abandonou os cachorros, e quando eu cheguei para salvá-los [os animais estavam em gaiolas], faltava dez centímetros para [a água] matá-los. Entrei dentro da água até o pescoço [para resgatá-los] – completou.

AJUDE O RIO GRANDE DO SUL

Com mais de 70% de seu território afetado pela calamidade climática, o estado sulista sofre com severos estragos, e sua ajuda é fundamental para que as vítimas possam recomeçar suas vidas. Uma das formas de fazer doações é o financiamento coletivo criado pelo influenciador Badin, o Colono. Acesse enchentes@vakinha.com.br e deixe sua contribuição!