Sigla alegou que retirada de assinatura inviabilizou registro de Dani Nunes

A candidatura da turismóloga Dani Nunes ao cargo de presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) foi indeferida na última quarta-feira (21), após a retirada de um dos apoios necessários para a formalização. Transexual, Dani chegou a obter as cinco assinaturas exigidas por membros do Diretório Nacional, conforme prevê o regulamento da eleição do PT, mas uma das assinaturas teria sido retirada posteriormente.
Dani recorreu da decisão, argumentando que o regulamento não prevê essa possibilidade. Em publicação nas redes sociais, ela disse ter sido pega de surpresa.
– Meu chão ruiu. Não esperava que a atitude individual de uma pessoa pudesse comprometer toda uma trajetória de luta, minha e de tantos companheiros e companheiras – disse.
A corrente interna Raízes do PT, à qual Nunes é filiada, classificou o indeferimento como uma “violência política de gênero e raça”. Em nota divulgada nesta sexta-feira (23), o grupo afirmou que a candidatura foi retirada “de forma arbitrária e injusta”, com base em um gesto “sem respaldo legal”.
– Qual é o medo de uma candidatura construída por pessoas negras, indígenas, LGBTQIA+, periféricas e antirracistas? – indagou a nota.
A direção nacional do PT, por sua vez, afirmou que o indeferimento se deu exclusivamente pelo descumprimento das regras estabelecidas no regulamento do Processo de Eleição Direta (PED) de 2025. A eleição está marcada para o dia 6 de julho. Com a exclusão de Dani Nunes, seguem na disputa Edinho Silva, Valter Pomar, Romênio Pereira e Rui Falcão.