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Petro fala em proteger menino de 15 anos que atirou em senador

Presidente colombiano disse que é dever do Estado cuidar da vida do autor dos disparos

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, se pronunciou neste sábado (7) após o atentado contra o pré-candidato de direita a presidente do país, o senador Miguel Uribe Turbay, que foi baleado durante um ato de campanha em Bogotá. Petro, porém, centrou um dos pontos de sua fala em defender a tese de que o autor dos disparos – um adolescente de 15 anos – deve ser protegido pelo Estado por ser “uma criança”.

– E, portanto, a primeira responsabilidade do Estado e de suas instituições é cuidar da vida do menor, porque ele é uma criança. E, por mais que isso pareça terrível para nós, crianças são cuidadas na Colômbia – disse Petro.

O Ministério Público da Colômbia confirmou que o autor do atentado deste sábado contra Turbay, de fato, foi um menor de 15 anos que foi detido no local do crime com uma pistola. O ataque ocorreu na Zona Oeste de Bogotá, onde Uribe Turbay, do partido de direita Centro Democrático, de oposição ao governo Petro, fazia um comício quando recebeu dois tiros.

– O ataque contra o pré-candidato do partido Centro Democrático, que recebeu dois tiros no corpo e no qual outras duas pessoas também ficaram feridas, aconteceu no bairro Modelia, na localidade de Fontibón (…) onde foi detido um menor de 15 anos que portava uma arma de fogo do tipo pistola Glock (9 milímetros) – informou o MP.

A procuradoria informou que ativou uma estratégia com “quatro linhas de investigação” e a abertura de dois inquéritos criminais, em coordenação com a Polícia Nacional, para tentar esclarecer o caso, identificar os autores materiais e intelectuais e levá-los à justiça.

A prioridade da Procuradoria é “a coleta de informações e evidências físicas que permitam estabelecer a verdade sobre o atentado e identificar e levar à justiça tanto os autores materiais quanto os determinantes”.

A procuradora-geral colombiana, Luz Adriana Camargo Garzón, classificou o episódio como um “ataque contra as formas de participação democrática do país” e pediu às instituições apoio para “blindar o processo eleitoral” de 2026 “e dar plenas garantias às campanhas e aos candidatos ao exercício do poder político, como fortaleza da democracia”.

O ministro da Defesa da Colômbia, Pedro Sánchez Suárez, ofereceu uma recompensa de 3 bilhões de pesos (cerca de R$ 4 milhões) por informações que permitam a captura dos responsáveis pelo atentado.

O senador, que foi o parlamentar mais votado nas eleições de 2022, é filho de Diana Turbay, jornalista que foi sequestrada e assassinada em 1991 por narcotraficantes a serviço de Pablo Escobar, e neto do ex-presidente Julio César Turbay, que governou o país entre 1978 e 1982.