Buracos negros primordiais (PBHs), remanescentes dos primeiros momentos do universo, são teorizados como tendo se formado nos pontos quentes intensos e densos do espaço logo após o Big Bang. Essas entidades cósmicas enigmáticas, variando significativamente em tamanho, podem ir desde uma fração minúscula da massa de um clipe de papel até tamanhos colossais comparáveis a 100.000 sóis. Intrigantemente, são os PBHs de massa média, comparados à massa de asteroides como Juno e Eros, que atraem atenção significativa. Este interesse decorre da hipótese de que esses buracos negros poderiam consistir principalmente de matéria escura, a substância elusiva que se acredita manter as galáxias unidas.
A existência de tais buracos negros, se comprovada, marcaria uma descoberta monumental em astrofísica. No entanto, um desafio significativo reside em sua detecção. Apesar de sua importância teórica, não houve evidência observacional direta para confirmar a existência de PBHs, particularmente aqueles com massa semelhante à de asteroides. De acordo com os pesquisadores Tung Tran, Sarah Geller, Benjamin Lehmann e David Kaiser do Centro de Física Teórica do MIT, esses PBHs, apesar de sua massa relativamente pequena, poderiam variar em tamanho de uma molécula de hidrogênio a uma bactéria média.
A pesquisa, publicada em 28 de dezembro de 2023, no banco de dados de pré-impressão arXiv, explora o impacto potencial desses buracos negros primordiais em nosso sistema solar. O estudo sugere que se um PBH passasse perto da Terra, não seria catastrófico, mas influenciaria sutilmente a trajetória do planeta. Como os autores explicaram em um e-mail conjunto para a Live Science, “quando um PBH passa por um planeta, ele começa a fazer esse planeta balançar ou oscilar levemente em torno do caminho que estava tomando antes da passagem.” Esse fenômeno poderia fazer com que as distâncias dos planetas em relação ao sol, ou da Terra, oscilassem periodicamente.