Faleceu nesta quarta-feira (30), no Rio Grande do Sul, Inah Canabarro Lucas, considerada a pessoa mais velha do mundo. Nascida em 1908, na cidade de São Francisco de Assis, Inah viveu 116 anos marcados por espiritualidade, dedicação ao próximo e uma impressionante trajetória como freira e educadora. A informação foi confirmada por familiares.
Segundo seu sobrinho Cleber Vieira Canabarro Lucas, a religiosa faleceu em decorrência da idade avançada, sem apresentar qualquer enfermidade grave.
“Organismo foi parando aos poucos, sem nenhuma doença”, explicou ele.
“Está com Deus e com o Papa Francisco”, acrescentou, emocionado.
Embora Inah afirmasse ter nascido em 27 de maio de 1908, a organização LongeviQuest, especializada em estudar e validar a idade de supercentenários no mundo, registrava oficialmente a data como 8 de junho. O grupo, referência global no tema, mantém critérios rigorosos de verificação baseados em documentos de diversas fases da vida dos candidatos à validação.
Natural do interior gaúcho, Inah iniciou sua vida religiosa aos 16 anos, no internato Santa Tereza de Jesus, em Santana do Livramento. Em 1928, já morando em Montevidéu, no Uruguai, fez seus votos religiosos e tornou-se freira. Pouco tempo depois, em 1930, retornou ao Brasil e passou a lecionar português e matemática no Rio de Janeiro. Durante a década de 1940, voltou para o Rio Grande do Sul, onde continuou sua missão como educadora.
Nos últimos anos, vivia na Congregação Irmãs Teresianas, em Porto Alegre, onde mantinha uma rotina disciplinada, marcada por horários regulares para as refeições, orações e descanso. Mesmo com limitações visuais e auditivas, mantinha bom humor e disposição. Em entrevista durante o Dia do Idoso, em 2024, respondeu com leveza ao ser questionada sobre a idade:
“Poucos anos. 116”.
Seu legado foi reconhecido pelo Vaticano em 2018, quando recebeu uma bênção apostólica do Papa Francisco. O documento, que ela exibia com orgulho, simbolizava não apenas sua longevidade, mas também sua vida de devoção à fé e ao ensino.
Sobre os fatores que explicam sua impressionante longevidade, seu sobrinho destacou a espiritualidade e o espírito altruísta como pilares.
“Acho que foi uma determinação de vida e de dedicação aos outros”, afirmou.
