Cantanhêde perguntou, aflita: para quê uma CPMI do INSS?

Cantanhêde está deveras preocupada com a polarização autodestrutiva, aprofundada por uma CPMI em que “nenhum dos lados tem a ganhar”. É comovente ver a jornalista preocupada também com a oposição. Precisa avisar as raposas do Congresso, que sentiram o cheiro de sangue na água, que ninguém vai ganhar, ninguém vai perder, vai todo mundo perder.
Segundo a jornalista, a Polícia Federal e a CGU já estão em cima, então o Congresso deveria se dedicar a outros temas candentes, como a regulamentação das redes e as PECs da segurança e dos militares, coincidentemente, todas pautas que interessam de perto ao governo. Congressistas, vamos dedicar tempo e esforço naquilo que o governo quer, e esquecer essas coisas que só atrapalham.
Além disso, a CPMI vai se embolar com o julgamento do golpe, a COP 30 e a cúpula dos BRICs. O Brasil brilhando e essa discussão mesquinha no Congresso atrapalhando, onde já se viu?
Cantanhêde tem uma visão peculiar do processo político. De acordo com essa visão, a oposição deve colaborar para aprovar as pautas que “interessam ao país”, quando muito sugerindo aperfeiçoamentos aos projetos do governo. Claro, quando o governo é da democracia. Se é golpista, uma CPI da Covid, por exemplo, é muito bem-vinda.
A viagem termina com a jornalista sugerindo que o Congresso deveria evitar evitar afundar na sua própria lama. Lama do Congresso? Achei que fosse do INSS.
Por Marcelo Guterman | Engenheiro de Produção pela Escola Politécnica da USP e mestre em Economia e Finanças pelo Insper