Acredito que a vida seja uma jornada de aprendizados. As experiências felizes se intercalam com aquelas não tão boas, mas são os infortúnios que nos lapidam e nos impulsionam a encontrar formas de estarmos em paz com o mundo e com nós mesmos. Aquele momento em que você percebe que cometeu “uma grande e inesquecível burrada” pode ser um divisor de águas em sua vida.
Um dos meus maiores anseios é encontrar equilíbrio e paz. Depois da fase de buscas, inseguranças, pressa e alguma impaciência, hoje quero mesmo é a tranquilidade do meu coração. Por isso reduzi a intensidade de minhas expectativas e tenho me esforçado para não me magoar por aquilo que não posso controlar. Reciprocidade, amor, atenção, amizade e consideração são coisas que não se cobram, e por isso não se controlam. O máximo que podemos fazer é nos resguardar. Não correr o risco de nos machucar. Aprender a proteger a nossa vulnerabilidade. Aprender a nos amar em primeiro lugar.
Quantas vezes não sentimos raiva de nós mesmos por termos um coração tão bom com quem não merece, e nos arrependemos de nossa bondade, docilidade e generosidade para com aqueles que simplesmente não estão nem aí? Quantas vezes não sentimos que perdemos nosso tempo alimentando relações unilaterais, tentando ser gentis, atenciosos e amorosos com quem jamais se importou? Não se trata de endurecermos nosso coração, de deixarmos de lado a doçura e a delicadeza, mas sim de aprendermos a separar o joio do trigo. De começarmos a ser mais afetuosos com nós mesmos, e com isso aprendermos a distinguir o que deve ser valorizado do que tem a obrigação de ser ignorado.