Números ultrapassam espíritas e religiões de matriz africana

Números ultrapassam espíritas e religiões de matriz africana
O grupo de pessoas que se declara sem religião continua crescendo no Brasil e já representa 9,3% da população com 10 anos ou mais, segundo o Censo Demográfico 2022, divulgado pelo IBGE nesta sexta-feira (6). Há dez anos, esse percentual era de 7,9%.
Em números absolutos, são mais de 15,9 milhões de brasileiros que afirmam não seguir nenhuma religião. Em 2010, eram 14,5 milhões.
A tendência de crescimento tem sido constante nas últimas décadas. Em 1991, apenas 4,6% da população dizia não ter religião. Em 2000, esse número saltou para 7%. O avanço mais acelerado aconteceu entre os anos 2000 e 2010, quando o grupo cresceu quase um ponto percentual por década.
A maior parte dos sem religião está concentrada nas regiões Sudeste (10,5%) e Sul (10,3%). No estado do Amazonas, o percentual é ainda maior: 15,1% da população não segue nenhuma crença religiosa. Outros estados com índices elevados são Roraima (13,1%) e o Acre (12,2%).
Segundo o IBGE, o perfil majoritário dos sem religião é masculino — os homens representam 56,2% desse grupo, um dado que contrasta com o padrão das demais religiões, onde as mulheres são maioria.
Apesar do nome, estar “sem religião” não significa necessariamente ser ateu ou agnóstico. Muitos ainda mantêm crenças em Deus ou em uma espiritualidade pessoal, mas sem vínculo institucional.
O grupo sem religião já é mais numeroso que os espíritas, umbandistas e candomblecistas juntos, e se consolida como a terceira maior categoria religiosa do país, atrás apenas dos católicos (56,7%) e evangélicos (26,9%).