O pastor Silas Malafaia, presidente da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, criticou publicamente a atuação do jovem Miguel Oliveira, de 15 anos, que ganhou notoriedade nas redes sociais se apresentando como “profeta Miguel”. Em declarações ao portal Metrópoles, Malafaia descreveu as manifestações do adolescente como uma “farsa” e afirmou que ele estaria sendo manipulado por adultos.
“Isso daí não é poder de Deus, não é unção do Espírito Santo. Isso daí é uma farsa. Lamento dizer e tenho até pena desse menino. É um garoto inteligente. Tem uma inteligência aguçada para a idade dele, mas está sendo usado para o mal, para enganar pessoas”, afirmou o pastor.
Apesar de se identificar como defensor dos dons espirituais, Malafaia observou que o comportamento do adolescente seria uma reprodução do que ele viu em outros líderes religiosos: “É só ver para comprovar o que estou falando”, acrescentou.
As declarações ocorreram no contexto da decisão do Conselho Tutelar de Carapicuíba (SP), tomada no dia 29 de abril de 2025, de suspender as pregações públicas e a divulgação de conteúdos nas redes sociais envolvendo o adolescente. Miguel Oliveira vive na cidade com os pais e atua em uma igreja local.
Segundo o Conselho, houve uma visita à residência da família, durante a qual os responsáveis foram advertidos. A decisão se baseou em indícios de possível exploração religiosa com finalidade financeira, além de suspeitas de negligência. O procedimento contou com a presença de psicólogos e neuropsicólogos, que orientaram a família sobre os impactos emocionais envolvidos.
O Ministério Público de São Paulo (MPSP) também acompanha o caso. A Promotoria apura possíveis episódios de violência psicológica contra Miguel, após denúncias de que o adolescente estaria sendo alvo de ataques e ameaças na internet. De acordo com informações da Polícia Civil, os pais registraram boletim de ocorrência relatando ofensas, xingamentos e acusações contra o filho, incluindo o uso do termo “anticristo”.
A repercussão provocou reações diversas no meio evangélico. O pastor Lucinho Barreto e o líder Teo Hayashi defenderam publicamente que o adolescente receba acompanhamento pastoral e apoio emocional. Já Silas Malafaia reforçou sua postura crítica: “Tem gente manipulando por trás”, afirmou.
