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Casos de síndrome respiratória grave seguem em alta no Brasil, aponta Fiocruz

Influenza A e vírus sincicial respiratório impulsionam internações e mortes entre crianças e idosos

O novo boletim InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado na última quinta-feira (5), indica que os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por influenza A e Vírus Sincicial Respiratório (VSR) continuam em crescimento no Brasil. A análise se refere à Semana Epidemiológica 22, de 25 a 31 de maio.

A mortalidade por SRAG nas últimas oito semanas foi semelhante entre crianças e idosos. Nos mais velhos, os óbitos se relacionam principalmente à influenza A. Entre as crianças, os casos e mortes têm sido causados sobretudo por rinovírus e também por influenza A.

Segundo Tatiana Portella, pesquisadora do InfoGripe, apesar do aumento entre crianças em boa parte do país, já é possível observar sinais de estabilização ou interrupção desse avanço em estados do Centro-Sul, Norte e no Ceará. Ainda assim, a incidência permanece alta. Ela reforça a importância da vacinação contra influenza A para idosos, crianças, pessoas com comorbidades e gestantes.

Atualmente, 25 das 27 unidades da federação apresentam incidência de SRAG em nível de alerta, risco ou alto risco, com tendência de crescimento. Entre elas, estão: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Amazonas, Paraná e Distrito Federal.

Nos casos associados à influenza A entre jovens, adultos e idosos, o boletim aponta manutenção do crescimento, com níveis de incidência entre moderado e muito alto, especialmente no Centro-Sul. No entanto, há sinais de queda no Mato Grosso do Sul e de estabilização no Ceará, Pará e Tocantins.

Além disso, 15 capitais apresentam nível de atividade de SRAG em alerta, risco ou alto risco, com tendência de crescimento. Entre elas, estão: São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Salvador, Curitiba e Goiânia.

Em 2025, já foram notificados 83.928 casos de SRAG. Destes, 41.455 (49,4%) tiveram confirmação laboratorial para algum vírus respiratório, 29.563 (35,2%) foram negativos e 7.334 (8,7%) ainda aguardam resultado.

Entre os casos positivos, os principais vírus detectados foram: VSR (45%), influenza A (22,7%), rinovírus (22,8%), Sars-CoV-2 (11,1%) e influenza B (1,2%). Nas últimas quatro semanas, a influenza A esteve presente em 73,4% dos óbitos com confirmação laboratorial.