Cobrança do IVA na liquidação financeira das operações está em análise no âmbito da reforma tributária.

Cobrança do IVA na liquidação financeira das operações está em análise no âmbito da reforma tributária.
O secretário extraordinário da Reforma Tributária, Bernard Appy, afirmou em entrevista que o governo avalia a cobrança do IVA (Imposto sobre Valor Agregado) na liquidação financeira de operações. Em outras palavras, isso significaria a taxação de transações como Pix, cartão de crédito ou débito e boleto.
Appy antecipou à revista Exame que a proposta é promover a arrecadação automática do tributo no ato da utilização das plataformas. Segundo ele, o processo deve facilitar a vida dos consumidores brasileiros.
“É um modelo no qual você vai cobrar o imposto na liquidação financeira da operação, pode ser TED, PIX, boleto, cartão. A operação terá uma chave e a compensação será em tempo real. Se tiver crédito, eu abato ou deduzo e debito o valor líquido para a empresa”, detalhou o secretário.
Cobrança centralizada
A medida prevê a centralização do IVA federal, estadual e municipal por meio de um sistema único que ainda precisa ser desenvolvido. “Já está sendo feito um trabalho para que a cobrança seja feita conjuntamente pelo Conselho Federativo e pela Receita Federal”, disse.
O secretário disse também que um grupo de trabalho composto por auditores federais, estaduais e municipais trabalha na proposta, que já foi apresentada ao Banco Central. O sistema está em “fase inicial de preparação” e deve “estar pronto até o final de 2025”, garantiu. Segundo Appy, apesar de ser desafiador, o projeto é “factível”.
Funcionamento
Uma chave será criada para relacionar o documento fiscal eletrônico com o instrumento de pagamento, seja ele Pix, DOC, TED, boleto ou cartão de crédito.
“[O sistema] carrega o número dessa chave. E no momento que é realizado o crédito na conta do vendedor será possível consultar a chave para saber quais documentos fiscais estão relacionados aquela operação e saber a porcentagem de imposto naquele valor”, explicou.
O texto da reforma tributária foi aprovado pela Câmara dos Deputados e aguarda parecer do Senado Federal. Ainda não há indicação sobre a alíquota do IVA, mas analistas estimam que ela pode chegar a 28% com as exceções atuais previstas na propsota.