BrasilJustiçaMundoPolítica

Líder do PT na Câmara pede à PGR prisão e extradição de Zambelli

Lindbergh Farias diz que articulações políticas externas configuram crime contra a soberania nacional

O líder do Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), ingressou com uma representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) contra a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), pedindo que ela seja presa preventivamente e tenha nome incluído na lista de foragidos internacionais da Interpol.

O deputado também solicita investigações sobre a origem de doações recebidas via Pix e possível crime contra a soberania nacional por articulações políticas externas.

Zambelli disse nesta terça-feira (3) que deixou o Brasil para viver na Europa por sofrer “pressão judicial” e “perseguição política”. No mês passado, ela foi condenada por unanimidade no Supremo Tribunal Federal (STF) a dez anos de prisão e perda do mandato parlamentar acusada de liderar invasão a sistemas do Poder Judiciário, emitindo um mandado falso de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes com ajuda do hacker Walter Delgatti Neto.

Na semana passada, o líder petista fez solicitação semelhante à PGR, contra o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), alegando que sua conduta nos Estados Unidos fere à soberania nacional e pedindo instauração de inquérito criminal.

A atuação do deputado, que afirma buscar sanções contra Moraes no país americano, foi citada por Zambelli no anúncio de que deixou o Brasil.

– Quero ombrear com o Eduardo essa luta. Ele tem feito um trabalho maravilhoso – afirmou.

Lindbergh fez uso político do episódio envolvendo Zambelli e disse que ela e Eduardo Bolsonaro atuam para deslegitimar o Judiciário.

– A fuga internacional de Carla Zambelli não deve ser analisada de forma isolada ou desvinculada do seu histórico de ataques sistemáticos às instituições democráticas brasileiras, em especial ao STF, ao Tribunal Superior Eleitoral e aos demais órgãos do sistema de Justiça. Sua conduta integra uma estratégia mais ampla, coordenada com figuras como Eduardo Bolsonaro, com o objetivo de internacionalizar a narrativa de deslegitimação do Judiciário brasileiro – diz trecho do documento de Lindbergh.

O requerimento também pede o cancelamento do passaporte diplomático da deputada, além da retenção de seu passaporte comum, e que a Mesa Diretora da Câmara seja comunicada sobre os desdobramentos processuais, uma vez que precisa autorizar eventual prisão.