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Nuvem de poeira vinda do deserto do Saara se aproxima da Flórida e do Caribe

Partículas atravessam o Atlântico, afetam visibilidade e devem interferir na formação de tempestades tropicais nos próximos dias

Uma extensa massa de poeira vinda do deserto do Saara está se deslocando em direção à Flórida e ao Caribe, com previsão de atingir o sul e o centro do estado norte-americano no fim de semana.

Modelos meteorológicos indicam que a concentração tende a aumentar nos dias seguintes, com possibilidade de atingir outras áreas da costa sudeste dos Estados Unidos.

Imagens de satélite e registros de radar mostram partículas suspensas sobre o Atlântico, cobrindo uma faixa que se estende da África Ocidental até o Golfo do México. A presença do fenômeno também foi registrada sobre o sul do Texas no início da semana, segundo a imprensa local.

A passagem da poeira pelo Caribe já deixou o céu turvo em ilhas como Porto Rico e nas Ilhas Virgens Americanas. O Serviço Nacional de Meteorologia de San Juan alertou para redução de visibilidade e aumento da irritação ocular e respiratória.

Novas ondas de poeira devem atingir a região até pelo menos terça-feira (3).

No sul do Caribe, os serviços meteorológicos de Trinidad e Barbados emitiram avisos à população. Em Trinidad e Tobago, as autoridades descreveram o céu como “opaco e ventoso”, com previsão de chuvas leves e passageiras.

Segundo o Centro Nacional de Furacões dos EUA, a camada de ar seco transportada pelo vento — conhecida como Saharan Air Layer — tende a inibir a formação de tempestades tropicais.

Evento começa no fim da primavera

O fenômeno costuma surgir no fim da primavera e ganha força entre junho e agosto.

Conforme o meteorologista Jason Dunion, novas ondas de poeira se formam a partir de perturbações atmosféricas na borda do deserto.

Essas plumas, que cobrem às vezes áreas comparáveis ao território continental dos Estados Unidos, costumam avançar rapidamente em direção ao continente americano.

O fenômeno coincide com o início oficial da temporada de furacões no Atlântico, o que pode influenciar diretamente a formação e intensidade de sistemas tropicais nas próximas semanas.